Calderano vence chinês número 1 do tênis de mesa e conquista Copa do Mundo
Carioca de 28 anos encerra campanha épica em Macau, na Ásia, com triunfo diante do melhor do mundo, Lin Shidong, e se torna o primeiro mesatenista de fora da Ásia e da Europa a conquistar a Copa do Mundo
A medalha não veio nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas Hugo Calderano precisou de menos de um ano depois da Olimpíada da França para iniciar o ciclo rumo a Los Angeles-2028 com autoridade. Na manhã deste domingo, noite em Macau, o mesatenista número 5 do mundo conquistou o título da Copa do Mundo ao derrotar o chinês Lin Shidong de virada por 4 sets a 1, com parciais de 6/11, 11/7, 11/9, 11/4 e 11/5. Jamais um atleta de fora da Ásia ou da Europa havia subido ao degrau mais alto do pódio no torneio.
Recuperado mentalmente do baque em Paris, quando foi eliminado na semifinal e perdeu a disputa do bronze, Calderano falou tranquilamente sobre a frustração compensada com o título da Copa do Mundo, em Macau. “É muito importante ganhar um título como esse, principalmente depois dos Jogos Olímpicos. Eu sempre trabalhei muito e acreditei e mim. Se você falasse comigo há um mês, eu estava muito mal. Queria agradecer todo mundo pelo apoio, sempre leio as mensagens, fico muito grato pelo apoio que tenho dos meus amigos e da minha família no Brasil”, avaliou o mesatenista, chorando.
Hugo Calderano jogou-se no chão depois do match point, repetindo o que havia feito depois de superar o também chinês Wang Chuqin nas semifinais. A fisionomia era de incredulidade diante do resultado.
Aos 28 anos, o carioca Calderano derrubou todos os favoritos e não foi diferente com o jovem chinês. Frio, técnico e agressivo, o carioca de 28 anos atropelou o rival líder do ranking com uma apresentação magistral e fez Shidong parecer uma mesatenista comum.
“Não imagina ganhar do número 3, do número 2, do número 1. É muito louco para mim colocar meu nome na história do tênis de mesa mundial”, afirmou o brasileiro, ainda espantado com a conquista. “Mas trabalhei muito, sempre acreditei em mim”, completou, antes de dar uma pausa para chorar.
Calderano disse que viu todas as mensagens de apoio e se emocionou ao lembrar que há poucos meses ainda estava mal e tentando se reerguer por não ter conquistado uma medalha na Olimpíada de Paris, na qual parou nas semifinais.
Como habitual, Calderano reagiu dentro da partida. Não começou bem o primeiro set e foi dominado pelo chinês, que deu o ritmo das trocas, e fechou em 11/6. Se reergueu na segunda parcial e deixou o número 1 do mundo desconfortável. Seus saques começaram a encaixar e o brasileiro passou a controlar os pontos até fechar a parcial com certa tranquilidade, por 11/7, e empatar a partida.
Seguiu melhor o carioca no duelo, tanto que abriu 3 a 0 no terceiro set. Mas o rival subiu de nível, se aproximou e liderou o placar. No entanto, Calderano, em um jogo de alternâncias, encontrou forças para virar e fechar o set mais equilibrado da partida em 11/9.
Na quarta parcial, Calderano se soltou, foi dominante desde o início e atropelou o chinês, deixando o oponente acuado e perdido. A exibição magistral do brasileiro garantiu que fechasse o set com bastante tranquilidade, em 11/4.
A ansiedade fez o brasileiro baixar o nível no quinto set e ver o chinês dominar o início da parcial. O pedido de tempo, porém, fez bem a Calderano, que se recompôs, voltou a liderar o placar, abriu vantagem e confirmou a vitória e o título histórico na China que pôs o Brasil no topo do tênis de mesa.
Fonte: Correio Braziliense