Adesão ao BRICS aceleraria industrialização da Bolívia, diz presidente Luis Arce
Mandatário boliviano disse esperar que saída da Argentina do processo de integração fortaleça candidatura do seu país como novo membro
O presidente da Bolívia, Luis Arce, declarou esperar que seu país se junte “em breve” ao BRICS, porque a adesão aceleraria o atual processo de industrialização de Sucre.
Em entrevista à Sputnik no âmbito do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia, o mandatário afirmou que a Bolívia se beneficiaria de muitas maneiras ao entrar para o BRICS, especialmente em termos de tecnologia.
“A Bolívia pode acelerar o processo de industrialização e, assim, avançar rapidamente em direção ao tão sonhado desenvolvimento, e a participação no BRICS abre essa oportunidade para que nosso povo possa se beneficiar do conhecimento, da ciência, da tecnologia e, é claro, do comércio e do investimento que poderíamos receber dos países-membros do BRICS“, disse Arce.
O presidente boliviano destacou ainda que a não adesão da Argentina ao bloco após a posse de Javier Milei poderia acelerar a entrada de seu país no grupo.
O líder abordou ainda outras aspectos envolvidos na adesão, como o potencial das relações com a Rússia, o reconhecimento do Estado palestino, a perigosa aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com a América Latina e a necessidade de quebrar a hegemonia do dólar.
Na análise de Arce, a hegemonia dos Estados Unidos “vem diminuindo gradualmente ao longo dos anos, a ponto de dar mais peso aos países do BRICS, especialmente China, Rússia e Índia”.
Inicialmente composto pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, desde 1º de janeiro de 2024 grupo também é formado por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Brasil-Bolívia
O presidente da Bolívia também compartilhou suas expectativas sobre a visita planejada do seu homólogo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia, observando que dessa visita “ambos os países se beneficiarão de uma forma muito mais lucrativa”.
“Há uma grande expectativa para a chegada de Lula. Estamos unidos por uma longa fronteira, para começar, e, em segundo lugar, acredito que sua chegada à Bolívia será extremamente importante para que possamos definir vários projetos”, continuou.
Entre os temas que poderiam ser abordados durante o encontro com Lula, Arce pontuou uma nova fábrica de ureia e uma fábrica de NPK (fertilizante de nitrogênio, fósforo e potássio).
“Acredito que elas abrem muitas possibilidades de negociação com o Brasil, temos a interconexão rodoviária, a integração física que gostaríamos de alcançar entre o Brasil e a Bolívia e a cooperação para proteger nossas fronteiras”, acrescentou ele.
Fonte: Opera Mundi