FAPDF impulsiona parcerias entre universidades e fintechs para inovação no setor financeiro
Iniciativas como o Lift Learning, o Cria e o Criptolab aproximam estudantes, pesquisadores, reguladores e profissionais da segurança pública na criação de soluções com impacto direto na sociedade
A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) tem apoiado projetos que conectam universidades, o setor financeiro e o mercado para o desenvolvimento de soluções aplicadas com impacto social e regulatório. Um dos exemplos é o Lift Learning, programa que aproxima estudantes universitários das fintechs (empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros de forma inovadora e acessível) para o desenvolvimento de soluções tecnológicas com foco em finanças e direito.
A iniciativa é conduzida pelo professor Ricardo Fernandes Paixão, servidor da Câmara dos Deputados e docente do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em parceria com o Banco Central do Brasil. Entre os cases de maior destaque do programa está a Enter, startup criada por Mateus Costa-Ribeiro, então bolsista do Lift Learning. A empresa aplica inteligência artificial para ajudar grandes companhias em defesas jurídicas, especialmente em ações trabalhistas e de consumidores.
O projeto teve início no ambiente acadêmico, com apoio da FAPDF, e ganhou força durante o MBA de Mateus em Stanford, nos Estados Unidos. A qualidade da solução chamou a atenção da Sequoia Capital, uma das maiores firmas de venture capital do mundo — investidora de empresas como Google e Apple. A Enter recebeu um aporte de US$ 5 milhões, consolidando-se como um exemplo internacional de inovação nascida em parceria com o setor público.
O Lift Learning nasceu como uma vertente acadêmica do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift), iniciativa do Banco Central para estimular a aproximação com empresas de menor porte e com o ecossistema de inovação. A versão universitária do laboratório foi criada por Ricardo Paixão e Aristides Cavalcante Neto, servidor do Banco Central, com o objetivo de parear estudantes de engenharia de software e direito com desafios reais apresentados por fintechs. A maioria dos projetos foi desenvolvida por alunos da Universidade de Brasília (UnB) e de outras instituições do país. O programa foi executado com apoio da fundação por meio do edital FAPDF Learning (2022).
“Esse movimento surgiu de uma demanda real: aproximar o regulador e o mercado das universidades, colocando os alunos em contato direto com os desafios da inovação financeira”, explica Paixão. “A ideia sempre foi construir um espaço onde o aprendizado acontecesse na prática, com impacto concreto.”
Fonte: Agência Brasília