Lula recebe Brics com governo em pé de guerra com Congresso e dúvidas sobre futuro do bloco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe os chefes de Estado que participarão da cúpula dos Brics no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, a partir do próximo domingo (6/7). O trânsito na quase sempre congestionada zona sul do Rio de Janeiro estará parcialmente bloqueado, policiais e militares farão a segurança da área e os líderes deverão trocar apertos de mão, abraços e posar para fotos.

O cenário é o mesmo onde, há quase sete meses, foi realizada a cúpula do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo. Mas apesar das semelhanças, o clima político no Rio de Janeiro para Lula será bem diferente do observado no final de novembro de 2024. Tanto no âmbito doméstico quanto no internacional.

No plano internacional, o G20 foi projetado pelo governo brasileiro como uma espécie de “retorno” do país ao cenário internacional após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Líderes de todo o mundo, incluindo o então presidente norte-americano, Joe Biden, vieram ao Brasil.

Já os Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Egito e Irã, vêm sendo alvo de críticas por seu suposto alinhamento em torno do trio ChinaRússia e Irã contra Estados Unidos e Europa.

Mas é no plano doméstico que a situação parece ainda mais desafiadora para Lula. Se em novembro de 2024 Lula vivia um momento de relativa estabilidade, agora Lula vive duas crises ao mesmo tempo. Uma de popularidade e outra política, em meio a um embate aberto com parte do Congresso Nacional em torno de medidas tomadas por sua equipe econômica, como a recente tentativa de aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que o momento em que Lula recebe os Brics é delicado e que, apesar de o presidente tentar projetar uma imagem de líder de expressão internacional, a cúpula dos Brics dificilmente terá o efeito de melhorar sua popularidade interna.

Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu às questões enviadas pela BBC News Brasil.

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