Por que o Brasil tem a eleição municipal com o menor número de candidatos em 16 anos
Reformas políticas reduziram o número de partidos e os levaram a apostar em candidaturas mais competitivas, segundo especialistas. Em 2024, serão quase 100 mil candidatos a menos do que em 2020, uma queda de aproximadamente 20%.
As eleições de 2024 vão ter o menor número de partidos em 12 anos e a menor quantidade de candidatos em 16 anos.
- Até o momento, há 460 mil candidaturas registradas para concorrer, quase 18% a menos que em 2020 – recuo de 97.792 candidaturas em comparação às 557.679 daquele ano;
- O recuo é um pouco maior nas candidaturas de vereador (20%) do que nas de prefeito (18%);
- O tamanho do enxugamento varia, mas acontece mais de 2/3 das cidades brasileiras;
- O número de partidos também caiu: serão 29, cinco a menos que os 34 de 2020;
- Desses 29, 18 reduziram o número de postulantes.
Para especialistas, a diminuição no número de candidatos era previsível e decorre, principalmente, de reformas políticas que levaram à diminuição de candidatos e que os partidos apostassem em candidaturas mais competitivas.
São três as mudanças principais, feitas a partir de 2027:
- O limite máximo de candidaturas a vereador diminuiu;
- As federações partidárias, que substituíram as coligações partidárias já em 2020 (vale tanto para vereadores quando para deputados; e
- A cláusula de barreira.
Em 5 anos (de 2019 a 2023), 11 partidos deixaram de existir no Brasil por terem sido incorporados por outras legendas ou terem se fundido para criar uma nova. Nos 23 anos anteriores, de 1995 a 2018, haviam sido 8.
“A gente tem um processo que você vai diminuindo o número de partidos e isso não é ruim, isso é bom”, afirma o cientista político Carlos Melo, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa, o Insper. “Organiza melhor o sistema político, torna o sistema menos confuso com tantas letrinhas, tantas legendas que o eleitor não é capaz de controlar, e acaba com os partidos de aluguel”.
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