Entenda o que é o surrealismo e por que ele está mais relevante que nunca
Exposições sobre o surrealismo tomam o mundo no momento em que o movimento completa 100 anos
De um trem a vapor saindo de uma lareira (“Tempo Transpassado”, de René Magritte) ou até as costas nuas de uma mulher transformada em violino (“O Violino de Ingres”, de Man Ray), a arte surrealista ainda tem o poder de intriga.
Este ano marca o 100º aniversário do movimento, mas a sua influência ainda ressoa em artistas de todo o mundo.
As origens do surrealismo estão no trauma coletivo da Primeira Guerra Mundial e na epidemia global de gripe de 1918. Convencido de que o mundo racional e masculino era o culpado por tais horrores, o fundador do grupo, o escritor francês André Breton, procurou uma alternativa “irracional” enraizada no mundo do subconsciente e dos estados de sonho.
No primeiro “manifesto surrealista”, um folheto explicativo publicado em Outubro de 1924 em Paris que delineava os ideais do grupo, Breton apelou a uma revolução no pensamento “ditada pela ausência de todo controle exercido pela razão”. Embora isso possa parecer desconcertante, foi, na verdade, um apelo à liberdade e uma rejeição do status quo.
“É um movimento de rebelião contra as instituições, a religião, o exército e todos os poderes que tentaram aprisionar a mente”, disse Xavier Canonne, curador da mostra “Histoire De Ne Pas Rire” (que se traduz como Uma História de Não Rir), no Centro Bozar de Belas Artes em Bruxelas, Bélgica.