Parceria entre Azul e Gol: veja o que se sabe sobre os voos compartilhados
Companhias anunciaram um acordo de ‘codeshare’ para operação conjunta. A partir do fim de junho, as duas empresas vão vender trechos nacionais que sejam executados por uma ou pela outra.
As companhias aéreas Azul e Gol anunciaram nesta quinta-feira (23) um acordo de cooperação comercial para conectar suas malhas aéreas no Brasil. A parceria contempla as rotas domésticas exclusivas, ou seja, operadas por uma das duas empresas.
A colaboração será feita por meio de um codeshare (compartilhamento de código) — quando companhias aéreas compartilham o mesmo voo, os mesmos padrões de serviço e os canais de venda.
Com isso, o consumidor terá opções para comprar passagens aéreas no site da Gol para trechos operados por aviões da Azul, por exemplo — e vice-versa.
Na prática, o cliente poderá fazer todo o processo normalmente: escolher dia, horário e comprar passagens no site de uma das companhias aéreas. Na hora de embarcar, porém, o avião poderá ser da outra empresa.
Essa cooperação comercial terá início no final de junho, quando a oferta estará disponível nos canais de vendas de ambas as companhias.
O acordo foi anunciado poucos meses após a Gol entrar em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, com dívidas estimadas em R$ 20 bilhões.
Para Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados, a parceria pode ser vista como um passo estratégico que precede uma eventual fusão entre as empresas.
“Pode representar um teste para avaliar a compatibilidade operacional e comercial das companhias”, destaca o especialista.
Por que foi feita a parceria?
Segundo as empresas, a ideia do acordo é ampliar as opções de voos para os clientes. Atualmente, Azul e Gol somam cerca de 1,5 mil decolagens diárias.
A medida tem como pano de fundo a atuação das duas companhias: tradicionalmente, a Azul opera em mais rotas alternativas — aquelas fora das grandes rotas aéreas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A Gol, por outro lado, se concentra nessas grandes rotas.
“Com a malha altamente conectada da Azul servindo a maioria das cidades no Brasil e a forte presença da Gol nos principais mercados brasileiros, nossas ofertas complementares vão oferecer aos clientes a mais ampla gama de opções de viagem”, afirma Abhi Shah, presidente da Azul.
O acordo envolve também os programas de fidelidade. Durante a compra das passagens inclusas no codeshare, os clientes do Smiles, da Gol, e do Azul Fidelidade poderão optar por acumular pontos no programa de preferência.
“O acordo de codeshare vai proporcionar aos clientes acesso a ainda mais opções para viajar pelo nosso país”, diz Celso Ferrer, CEO da Gol.
Segundo ele, a companhia oferece atualmente mais de 60 acordos comerciais com parceiras globais. “Estamos ansiosos para expandir esse benefício dentro do Brasil também.”
Quais rotas serão contempladas?
Segundo as aéreas, todas as rotas que são operadas por uma empresa e não por outra serão contempladas no codeshare.
As companhias também ressaltaram que os trechos atualmente executados por ambas não entrarão na parceria. Ou seja: como Gol e Azul operam o trecho São Paulo/Brasília, por exemplo, a rota não estará na colaboração.
Para os trechos nacionais contemplados, as empresas reforçaram que os clientes poderão pesquisar e comprar pelos canais de vendas de qualquer uma das duas companhias.
Como fica o check-in?
O check-in deverá ser feito nos canais digitais ou presencialmente no aeroporto, nos balcões da companhia que opera o voo — ou o primeiro trecho no caso de voos com conexão, independentemente da companhia que vendeu a passagem.
E o despacho de bagagem?
O processo segue a mesma regra do check-in: deverá ser feito com a companhia aérea que opera o voo ou o primeiro trecho em caso de conexão. As bagagens serão entregues no destino final, independente de conexão com a outra companhia.
Como cancelar o voo?
Segundo as empresas, remarcações e cancelamentos das reservas deverão ser tratados com a companhia que vendeu a passagem.
Fonte: g1